Brasil: esse estranho país de corruptos sem corruptores. Luis Fernando Veríssimo

No dia 12 de Outubro de 2011 tivemos uma nova marcha contra a corrupção, a anterior tinha sido no dia 7 de Setembro de 2011. Na primeira estive presente e na segunda não. Apesar da justa causa, como observador, sinceramente não senti firmeza, não só no ato como na participação. Veja no dia 7 de Setembro, enquanto as pessoas se espremiam-se para ver a parada militar, lotando as arquibancadas e árvores ao redor para ver o desfile, do outro lado da pista uma causa mais nobre no meu entender era preenchidas por algumas centenas (milhares) de pessoas. Nessa marcha vai quem quer, é verdade. Mas a marcha é contra o quê mesmo? Corrupção? Voto aberto? Mais transparência? Luis Fernando Verissímo já falava que o Brasil é uma país estranho de corruptos, sem corruptores. No dia a dia observo o comportamento das pessoas e logo vem a minha mente a visão da marcha contra a corrupção. Bebida ao volante, estacionamento em vagas de deficientes físicos e idosos, lixo largado em vias públicas, invasão de áreas públicas para fins particulares, etc...Poderia relacionar muito mais, mas não é o caso. Estamos falando de corruptos e corruptores? e cidadania não vem ao caso? Generalizar poderia ser injusto, mas olhe para o lado. Recentemente tivemos a tragédia na Praça Tiradentes, onde de forma completamente irregular o proprietário do restaurante utilizava gás GLP, a tragédia só não foi maior devido ao horário. Desvio de conduta? Negligência? Irresponsabilidade? Pouco caso com as obrigações? Tudo deverá ser apurado. Mas e a corrupção? Lembra qual foi o candidato que você com o seu voto elegeu? Com observador, vi com esses meus olhos, que muitos ali queriam era participar da festa, fantasiados de tudo e todo tipo, precisa? Com ato democrático, vale! importante é participar, consumindo e jogando as latinhas de cervejas vendidas de forma proibida por ambulantes, nos gramados, ruas, bocas de lobo. Vale! É a marcha contra a corrupção! No próximo feriado vamos programar mais uma marcha, depois dar uma passadinha lá no point e combinar com a rapaziada a balada da vez. Você foi? Eu fui!