terça-feira, 22 de março de 2011

A emocionante entrevista o Casey Heynes - Vamos acabar com Bullying nas Escolas.



Veja o vídeo, mas leia o texto também, para poder compreende um pouco mais o problema que assusta e preocupa os pais de milhares de crianças no mundo todo.

"O que era entendido como brincadeira de adolescente passou a ser estudado, ganhou um termo universal e agora virou preocupação de escolas particulares brasileiras. Bullying, esse é o nome dado àquela perseguição implacável dos colegas mais fortes e mais extrovertidos ao mais fraquinho, o mais tímido, o mais gordinho. A opressão prejudica a aprendizagem das vítimas, a auto-estima e, em casos extremos, leva ao suicídio. Os autores podem estar dando indícios de um perfil agressivo e criminoso.
Pesquisas indicam que 60% dos casos de bullying no Brasil ocorrem na sala de aula. "Cabe ao professor ajudar", diz Aramis Lopes, pediatra e coordenador do estudo sobre o tema na Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (Abrapia). O problema tem sido pesquisado em diversas escolas paulistas por alunos e professores. O Colégio São Luís foi um dos que acabaram descobrindo que a tecnologia facilitou o surgimento do bullying virtual ou cyber bullying, em que as provocações ocorrem pela internet e são mais difíceis de ser combatidas pela escola.
O Colégio Magister, em Interlagos, criou uma dinâmica divertida em que cada estudante é literalmente rotulado. Os professores colam inscrições nas testas das crianças em que se lê "sou pouco inteligente, ignore-me", "sou tímido, ajude-me", "sou mentiroso, desconfie". Durante 15 minutos, todos devem se tratar conforme os rótulos. "Já tive turmas que começaram a chorar e pedir desculpas. Eles percebem como é ruim ser julgado só pela parte externa", diz a orientadora educacional do colégio, Alessandra Crivelaro.
O caso mais notório de vítimas de bullying, e o que fez com que ele passasse a ser levado mais a sério nos EUA, ocorreu em 1999 na Columbine High School. Os dois jovens impopulares na escola atiraram e mataram 13 pessoas, entre colegas e professores, e se suicidaram.
Aqui no Brasil, no ano passado, um adolescente de 17 anos, de Remanso, na Bahia, matou dois e feriu três porque sofria humilhações, entre elas um banho de lama. O autor da agressão levou um tiro na cabeça. Em 2003, o estudante Edmar Freitas, de 18 anos, atirou em 50 pessoas e se suicidou em uma escola estadual de Taiúva, interior de São Paulo.
Alta, magra e atraente, a estudante Eliana (nome fictício),de 21 anos, sofreu por ter sido uma criança obesa. "Da 5.ª até a 8.ª série fui chamada de elefanta e tinha só uma amiga", conta. Aos 15 anos parou de comer e teve de ser internada porque havia emagrecido 15 quilos em um mês. Depois de anos de terapia, teve um diagnóstico de depressão e até hoje toma remédios. "Não tenho auto-estima, não esqueço a imagem da menina gordinha que fui."
O professor norueguês Dan Olweus foi o primeiro a chamar a atenção na Europa para o suicídio de vítimas do bullying, nos anos 90. Ele pesquisou 84 mil estudantes e verificou que um em cada sete adolescentes estava envolvido nesse tipo de agressão.
Campanhas em vários países europeus conseguiram diminuir a incidência do problema.
O bullying aparece com mais freqüência entre estudantes de 12, 13 e 14 anos, período da puberdade e em que os adolescentes enfrentam novas relações interpessoais. A necessidade de se afirmar, a insegurança e a timidez, típicas da idade, colaboram para seu surgimento. Meninos tendem a ser agredidos por meninos e meninas.
Pesquisas na Europa mostram que 50% das vítimas não contam aos pais nem aos professores o que aconteceu. "Pela intensidade das agressões e pelo seu temperamento, as vítimas não reagem", diz o psicólogo Alexandre Trinca, do Colégio Santo Américo.
Julyana Carvalho, de 15 anos, teve de mudar de escola porque era chamada de burra. "Eu não tinha vontade de ir para aula." Os colegas a apelidaram porque notaram que a menina tinha dificuldade em ler e escrever.
O combate ao bullying nas escolas é mais uma demonstração do papel que as instituições têm assumido. Muito do que poderia ser corrigido pelos pais acaba sendo delegado a professores. No Colégio Arbos, no ABC, foi montada uma peça teatral para discutir o assunto. O Pentágono organiza brincadeiras antigas para que as crianças se conheçam melhor. "Vamos criar uma geração que não tolera esse tipo de coisa", acredita Lopes, da Abrapia."
Fonte: (O Estado de S. Paulo)

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