Nas minhas observações diárias do comércio me deparei com uma situação bastante interessante que me despertou para fazer essa postagem. Numa quadra comercial duas lojas de confecção uma do lado da outra, apesar de terem produtos semelhantes, uma loja tinha um fluxo de clientes maior que a outra e depois de algum tempo de observação me deparei que a grande diferença entre as lojas era o terreno o que obrigava a uma delas a ter uma escada de alguns degraus na entrada. Uma escada de alguns degraus pode ser determinante para o seu negócio? A história diz que sim. Um outo exemplo bem prático é o manobrista em lojas, shoppings, bares e restaurantes, apesar da vaga disponível o cliente quer estacionar na porta do estabelecimento. É a comodidade e a conveniência do consumo, o ganho de tempo e o conforto na hora das compras que atrai o cliente a comprar e/ou consumir no estabelecimento. Abaixo o texto da revista Super Interessante a respeito da origem do Drive Thru, que demostra a longo da história que consumo e exigências evoluem, mas a sua essência não muda. Faça bom proveito da leitura, apesar de alguma pessoa falar que o ponto não é tão importante assim, que a marca faz a diferença, não acredite nisso, é quase a mesma coisa que comprar bilhete premiado. Sou testemunha que loja de grandes redes de fast food fecharam por não estarem bem localizadas, antes de abrir o seu negócio, vista a roupa do seu cliente e pergunte: Eu compraria nesse lugar?
Versão original
A versão mais moderna
O ano era 1931. Royce Hailey acabara de ser promovido a gerente de uma lanchonete tradicional de Dallas, no Texas, a Pig Stands. Aos 21 anos, mesmo sem saber dirigir, seu sonho era o de todo jovem americano da época: comprar um carro. Mas os Estados Unidos viviam os anos duros da recessão, depois da quebra da bolsa em 1929, e o Pig Stands estava às moscas. Os ombros do jovem gerente doíam pela pesada responsabilidade de fazer que os clientes voltassem a ocupar as mesas do restaurante.
Um dia, ouviu de seu patrão uma máxima inspiradora: "As pessoas que têm carro são tão preguiçosas que não querem sair dele nem para comer". Ele percebeu que era esse tipo de gente que precisava agradar. A solução encontrada por Royce foi original. Colocou, na entrada da lanchonete, uma plaqueta em que se lia "drive-thru" - literalmente, "dirija por" - um serviço até então nunca visto. Os clientes gostaram da novidade e, em pouco tempo, um congestionamento de Fords Modelo T e de outros calhambeques se formou diante da lanchonete. Só os gramáticos protestaram. Afinal, no vernáculo anglo-saxão, deveria ser "drive-through", e não a corruptela "thru". De qualquer maneira, um pedestre acabara de inventar a roda na história da alimentação.
Royce Hailey era um sujeito carismático e energético que nasceu em 1910 e aos 14 anos já trabalhava na lanchonete. O drive-thru não foi sua única boa idéia. Hailey também é responsável por uma das mais deliciosas invenções gastronômicas nas bandejas de fast food: os onion rings, anéis de cebola à milanesa. Em 1939, ele também transformou a Pig Stands na primeira lanchonete com luzes fluorescentes de que se tem notícia.
Em comparação com os atuais, o primeiro drive-thru da história era bem rudimentar. O motorista se dirigia aos fundos do Pig Stands e fazia o pedido diretamente para a cozinha. O próprio cozinheiro vinha trazer a encomenda, num pacote marrom sem identificação. Para beber, nada de refrigerante. Os motoristas saíam do Pig Stands tomando cerveja ao volante de seus calhambeques.
Apesar do sucesso, a idéia custou a se espalhar na terra do automóvel. A rede de lanchonetes Wendy's só aderiu ao sistema na década de 70 e o primeiro McDonald's com drive-thru só foi aberto em 1975. Hoje, claro, tudo mudou. 90% das lojas americanas de fast food têm caixas expressas de drive-thru. A QSR, importante publicação do setor de alimentação, faz um ranking anual dos melhores (e piores) drive-thrus do mercado. O sistema financeiro criou o drive-thru banking e até casamentos são realizados com o sistema - em Las Vegas, onde mais?
Royce Hailey tornou-se um empresário de sucesso e, em 1955, comprou o Pig Stands, que funciona até hoje. A presidência do grupo é ocupada por Richard Hailey, seu filho. Ao contrário dos outros pioneiros do fast-food, ele não buscou criar um império. O pai do drive-thru só queria mesmo tirar a lanchonete do vermelho. Royce morreu em 1996 e é bem possível que ficasse orgulhoso sempre que pensava na plaqueta que colocou na frente da sua lanchonete.
Fonte: Revista Super Interessante
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