sexta-feira, 10 de junho de 2011

Monumento à incompetência - Eu já vi esse filme!

O grupo de Mallory em 1924. Ele é o
                            segundo em pé à esquerda.

Interessante, quanto mais vivemos, mais presenciamos a vida se repetindo. A cada dia as empresas buscam a transformação para se manter viva, reengenharia de tudo que se possa imaginar, o tal capital humano que politicamente é colocado na porta do RH, transforma-se em mero linguajar interno, formalidades. Em uma empresa algum tempo atrás um "Diretor de Operações" falava que em virtude da centralização da empresa não precisava de pessoas pensando, só executando o que era mandado fazer. Eram executivos e não sabiam. Não respeitamos o presente, podemos esperar respeitar o passado? Queremos produtividade, lucro, benefícios, mas também precisamos demonstrar respeito. A história abaixo que me foi enviada por e-mail, desconheço o autor, mas muito oportuna, demonstra o dia a dia das empresas e não muito longe, o substituto tratava o substituído do cargo ou da função como morto, mesmo que ele estivesse muito vivo, alguém que não merecesse lembranças ou ao menos respeito. Independentemente dos resultados anteriores, a pessoa que estava ali, fazia o que melhor podia fazer, o processo evolutivo é uma consequência natural de qualquer negócio, os recordes estão aí para serem quebrados e não para serem desprezados. Faça a leitura desse texto abaixo e as suas reflexões a respeito.

Texto de autor desconhecido enviado por meu amigo e colaborador Cleverson Tomaz.



O grupo de Mallory em 1924. Ele é o segundo em pé à esquerda.
Em 1999 o corpo do alpinista inglês George Mallory foi encontrado a cerca de 8.200 metros de altitude no monte Everest. Mallory desapareceu em junho de 1924 quando estava próximo ao cume. Uma afirmação de um dos alpinistas que encontrou o corpo me chamou a atenção:

“Fiquei impressionado com as roupas que ele usava. Hoje em dia, no inverno, qualquer pessoa caminhando pelas ruas de Seattle está mais protegida do que Mallory no Everest em 1924.”

Lembrei-me dessa história durante uma visita que fiz a uma empresa na qual fui recebido pelo principal executivo, que fez questão de se identificar como CEO – Chief Executive Officer. Bonito né? Depois fui apresentado para o CMO, o CFO e o COO, executivos de marketing, finanças e de operações, respectivamente. Todos jovens MBAs formados no exterior.
Ao percorrer a empresa passamos por salas vazias, mesas vazias e grandes áreas vazias. E os jovens CEO, CFO, CMO e COO diziam com orgulho: “Isto aqui já esteve apinhado de gente. Fizemos uma reestruturação ao longo dos últimos dois anos e reduzimos em 45% o numero de pessoas, enquanto nossa produtividade cresceu 22%! Fazemos questão de deixar esses lugares à vista de todos. São nosso Monumento à Incompetência.” 

Em minha palestra O Meu Everest afirmo que um dos ensinamentos mais importantes da viagem ao Campo Base da maior montanha do mundo foi aprender que, a cada vez que olhasse para cima, eu deveria olhar cinco vezes para baixo.
Quem pratica montanhismo sabe do que estou falando. Quando você está no pé da montanha e olha a trilha que vai subir, dá um frio na barriga. Você vê as pessoas lá em cima, como formiguinhas, e sabe que para chegar lá terá que fazer uma escalada de oito, nove horas. 

Então ataca a montanha. Um passinho aqui... outro ali... num processo penoso. Quando olha para cima, percebe que seu objetivo ainda está muito longe, mas ao olhar para baixo a mágica acontece.
Você descobre que o campo base de onde saiu está láááááá embaixo.
Cada olhada para baixo dá a certeza de que você progrediu, gerando energia para subir mais. Isso é automotivação: a certeza do progresso nos empurra para cima.

O que aqueles jovens COs chamaram de “Monumento à Incompetência” é na verdade a lembrança dos pioneiros que, com a carga às costas, sem computadores, celulares e internet, assumiram o risco de sair lá do “campo base” para desenvolver o negócio que eles hoje dirigem.

Avaliar o passado pelas lentes do presente e chamar de “incompetência” o esforço das pessoas que passaram pelos anos de hiperinflação, incertezas, regime fechado, tecnologias rudimentares, abertura econômica e dólar alto é como observar hoje as roupas de George Mallory e achar que ele era um incompetente.
Não era.
Usou o que havia de melhor na época e por pouco não atingiu seus objetivos.

Parabenizei os COs pelo sucesso e deixei com eles uma recomendação:

- Rebatizem os “Monumentos à Incompetência” como “Memoriais aos Heróis do Passado”. Foram eles que trouxeram vocês até aqui em cima.

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